Teatro do Vestido na abertura do Festival Mirada – Brasil

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Um espectáculo profundamente poético e metafórico, escrito e dirigido por Joana Craveiro, e que pede emprestado a José Saramago e a Sophia de Mello Breyner as ideias de viagem, de perda e de pergunta para onde se vai (e de onde se vem).

Parte de um amplo projecto de investigação sobre Portugal, no contexto do trabalho artístico do Teatro do Vestido, alicerçado sobre metodologias da etnografia e da história oral, é com um enorme regozijo que comunicamos que Viagem a Portugal será o espectáculo de abertura da edição de 2022 do Festival Mirada – Festival Ibero Americano de Artes Cênicas, em Santos, no Brasil, este ano homenageando Portugal (programa completo disponível aqui).

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Em 2019, a propósito deste espectáculo, descrevia Gonçalo Frota, no Público:
Viagem a Portugal comec?a com os actores a calc?arem umas luvas como quem se prepara para realizar uma auto?psia, dispondo depois em cima de uma mesa um saco que se diria conter um corpo. Do seu interior, no entanto, saem pec?as de lego – que na?o demoraremos a ver percorrer estradas, serem colocadas em cena?rios de lagos ou barragens, aparecerem como figurantes na construc?a?o de um pai?s. Afinal, o corpo imagina?rio, na?o custa a projectar, e? Portugal. E e? encaixando va?rias pec?as, de pla?stico ou na?o, que se esboc?a a construc?a?o de um qualquer projecto colectivo.” (Texto completo disponível aqui)

Com uma curta vida, travada por uma pandemia que ninguém esperava, e depois da apresentação no Festival de Teatro de Almada, em 2021, este delicado projecto pode ser revisitado na abertura do significativo de Festival Mirada, em Santos. É um espectáculo onde, sob forma de conto, narramos um conjunto de perguntas, acompanhadas de imagens e de referências sobre este “pequeno país na esquina de um continente velho” (do texto Viagem a Portugal, de Joana Craveiro).

Na crónica que escreveu depois de ter visto o espectáculo no Festival de Teatro de Almada, em 2021, Joaquim Paulo Nogueira confessava-se “perfeitamente deliciado”, descrevendo este projecto como “inabitual”, numa companhia que é em si inabitual. (Texto completo disponível aqui)

Para o Teatro do Vestido, colectivo constituído há 21 anos, cada nova criação é uma aventura e uma viagem onde, a par de uma linguagem cénica e de uma marca temática e processual reconhecíveis, a experimentação e a descoberta não deixam de nos apaixonar e de nos motivar artisticamente a trilhar – com e sem medo, depende dos dias e dos projectos – novos caminhos.
Neste sentido, é nossa convicção de que esta última paragem da nossa Viagem a Portugal constitui um momento ímpar no nosso percurso artístico, e que poder apresentá-la no contexto deste importante festival, no Ano do Bicentenário da Independência do Brasil, é marcante, até para a própria ressignificação do espectáculo neste contexto.

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