PORQUE NA NOITE TERRENA SOU MAIS FIEL QUE UM CÃO

TdV Teatro do Vestido apresenta
Porque na noite terrena sou mais fiel que um cão

Teatro da Comuna – Praça de Espanha, Lisboa
17 a 20 e 24 a 27 Junho, 22 horas

bilhete: 7.5 euros (desconto para estudantes de Teatro)

a) fragmento (n)(d)elas

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Elas e as coisas delas
as histórias delas
as fotografias
aquelas coisas que elas tinham mesmo que contar
elas e as suas coisas mínimas
nós e elas frente a frente e a falta de coisas para dizer

o chegar demasiado tarde
demasiado cedo
tudo demasiado

aquela vez em que chegámos finalmente a tempo
e tu não estavas lá

os teus restos espalhados pelo chão da cozinha
oh, como te dilacerámos.

b) fragmentos do processo

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semana #1 – Os quartos delas – a construção de um jogo [era uma casa em Lisboa, ainda recentemente desabitada, ainda não habitada de novo]
semana #2 – Elas umas com as outras – os jogos jogados em conjunto [ainda na tal casa]
semana #3 – Os fragmentos delas – ou elas nas Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo, ou elas perdidas à procura em busca sem saber.
semana #4 – Parámos para pensar
semana #5 – Foi onde começámos, nós e elas, naquela sala cheia de azulejos azuis, onde elas recuperaram um a um os fragmentos.
semana #6 – Foi quando lhes demos estruturas pequenas, dissecando os fragmentos, destruindo-os e reconstruindo-os. E para cada fragmento uma pergunta.
semanas restantes – Não falarei muito disso. Foi quando acumulámos listas sobre as mesas. E foi quando elas, nas suas pequenas malas, perderam os materiais (não sei como é que elas fizeram isso).

c) breve explicação

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Porque na noite terrena sou mais fiel que um cão é um projecto em que questionamos o que a expressão a partir de quer dizer, em que assumimos o ponto de partida – a obra de três poetisas – como isso mesmo: partida. E em que chegamos ao que chegamos com o esforço da construção paciente, desesperada por vezes, de materiais diversos, impressos em listas intermináveis e tentativas de organização. Espectáculo em que a fragmentação se assume como marca desta procura do “a partir de” e do nós com isso, colocamos em cena a fragilidade de três pessoas na sua confrontação umas com as outras, consigo próprias, e com as tais três poetisas que estão na génese de tudo, mas que não puderam, afinal, ficar.
O nome das poetisas onde tudo começou são: Elizabeth Bishop, Marina Tsvietaieva, Margaret Atwood. Numa combinação de uma prosa autobiográfica, por vezes terna, por vezes dolorosa, Elizabeth Bishop e Marina Tsvietaieva parecem, não obstante, dois continentes apostados em não se tocarem. Margaret Atwood rasga as palavras como quem rasga a carne, a pele, e toca-nos com uma poesia que é como uma faca, que sangra, que esbraceja, que se consome e nos consome na dor que transmite, e na lucidez. Tudo nestas autoras é espantoso, é teatral, é dramatúrgico.
Tudo em nós é espanto e mais espanto, e aprendizagem de uma nova língua.

Esta é a 11ª criação do Teatro do Vestido, e insere-se num conjunto de dois projectos de criação dramatúrgica a partir de autores literários, a que demos o título genérico de Longe de casa, marcar o caminho para não nos perdermos.

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Direcção: Joana Craveiro
Textos: Joana Craveiro, Inês Rosado, Rosinda Costa, Tânia Guerreiro
Dramaturgia: TdV
Co-criação/ Interpretação: Inês Rosado, Rosinda Costa, Tânia Guerreiro
Assistência de Direcção: Gonçalo Alegria
Produção: Sandra Carneiro
Assistência de Produção: Sónia Silva Ferreira

Co-produção: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo/Oficinas do Convento

Apoios: British Council Lisboa; Comuna, Teatro de Pesquisa; Fnac; Franco-Portugais, Lisboa; Istituto Italiano di Cultura di Lisbona; LP Publicidade; Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa; Rádio Europa; Relógio d’Agua Editores

Projecto financiado pelo: Ministério da Cultura/DGArtes

Informações/Reservas:
TdV

Tm +351 918 388 878
geral@teatrodovestido.org
http//:teatrodovestido.org

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