UM MUSEU VIVO DE MEMÓRIAS PEQUENAS E ESQUECIDAS

©TUNA-MUSEUvivo-2829©João Tuna

Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas | FITEI 

11 de Junho | 20h30 | TNSJ

Este projecto parte de uma pesquisa sobre as memórias da história recente de Portugal, numa perspectiva histórica, política e afectiva, e com base em testemunhos de pessoas comuns – desafiando as grandes narrativas destes 3 períodos/ acontecimentos, que se têm construído sobretudo sobre a ideia de protagonistas militares e políticos. Quisemos saber onde ficavam as pessoas no meio destas memórias, e destas narrativas, e como é que a transmissão deste período crucial da história de Portugal se opera nos dias de hoje. Que omissões, revisões, rasuras estão a acontecer e como e por quem? Que versões da história nos são ensinadas e que outras podemos aprender? Segundo Jenkins, a história e o passado não são a mesma coisa. Segundo Elizabeth Jelin, a memória é uma luta. Segundo Hayden White, a história é uma narrativa. E, por fim, segundo Marianne Hirsch, a 2ª e 3ª gerações são aquilo a que ela chama ‘gerações da pós-memória’. A nossa memória é, portanto, pós e é nessa condição de um ‘outro olhar’ que construímos estas sete palestras performativas, como uma lição de história que não se aprende em nenhuma disciplina que conheçamos – e talvez por isso mesmo estejamos a construir este espectáculo: por nunca o termos podido aprender mesmo quando pedimos que nos ensinassem, que nos contassem como as coisas se tinham realmente passado.

 O ano de 2014 marcar o 40º aniversário do 25 de Abril não é uma coincidência.

 “There is a secret agreement between past generations and the present one.” (Walter Benjamin)

Em Portugal, na ausência de uma Comissão da Verdade e Justiça[1], ou algo semelhante, são os activistas e cientistas sociais, bem como os artistas, quem tem levado a cabo esse paciente trabalho de reconstituição, contra a usura do tempo e das ideologias vigentes que, cada qual à sua maneira e de acordo com a sua agenda, têm procurado – mais do que estabelecer pontos de vistas – reescrever a história.

Paula Godinho descrevia assim em 2011, o que ela considera ser um fenómeno desde o final dos anos 80, “que passa pela desqualificação dos momentos revolucionários, pela sua avaliação com ressalvas ou pelo completo banimento, e, concomitantemente, por uma desvalorização do carácter repressivo do Estado Novo, por imposição de uma agenda política mais generalizada.” E acrescenta: “…falar e escrever acerca de revoluções e revolucionários não está na moda (…)” (Paula Godinho, introdução a Aurora Rodrigues, Gente Comum – Uma História na PIDE, Castro Verde: 100Luz, 2011)

Investigação, texto, direcção e interpretação: Joana Craveiro
Colaboração criativa e assistência: Rosinda Costa e Tânia Guerreiro
Figurinos: Ainhoa Vidal
Desenho de luz: João Cachulo
Produção: Cláudia Teixeira
Assistente de produção: Igor de Brito

Para mais informações, por favor consulte os sites do FITEI  e do TNSJ

O Teatro do Vestido é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal / Secretário de Estado da Cultura / Direcção Geral das Artes

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[1]Por exemplo. o Brasil estabeleceu a Comissão Nacional da Verdade em Maio de 2012, para averiguar, esclarecer e reconstituir os acontecimentos e crimes cometidos entre 1946 e 1988, ou como os próprios afirmam, “a busca pela verdade e a promoção da reconciliação nacional.”
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