Aquilo que ouvíamos

(c) João Paulo Serafim

Após várias sessões esgotadas no verão de 2021, na discoteca Lux Frágil em Lisboa, “Aquilo que ouvíamos” regressa aos palcos para uma apresentação única, integrada no Festival de Teatro de Almada.

6 de Julho ás 22h

Escola D. António da Costa (Palco Grande), Almada

+info e bilheteira em festival.ctalmada.pt

era exactamente assim que era
se nos lembrássemos de como era e,
de certa forma, lembramo-nos.

‘Está a gravar?’

Desta vez voltámos para nós próprios o gravador.

era exactamente assim que era se nos lembrássemos de como era e,

de certa forma, lembramo-nos.

Convidámos uma banda (3 músicos) e mais 2 músicos, num total de 5, para que, no barulho ensurdecedor que fazem (chama-se música, pá!, ah, pois é), não nos deixarem pensar assim muito. Lembrarmo-nos, chega. Contar uns aos outros, chega. Dançar, também. Cantar, por vezes, trautear, outras. Outras, só ficar a ouvir, chega.

Desta vez, voltámos para nós o gravador. Está a gravar, sim, o que é contas sobre isto?

Aquilo que ouvíamos parte das nossas experiências de escuta de música alternativa – de diferentes estilos – de meados dos anos 80 à passagem para os anos 90 (sendo que, em cena, estão diferentes gerações, por isso será mais rigoroso dizer que se estende no tempo para além [e antes] desse tempo). É, sobretudo, um espectáculo sobre como a música foi e é parte da identidade das pessoas que a escutam, e sobre um tempo em que a materialidade da música era crucial e em que muitas das nossas actividades e vivências se organizavam em torno disso.

Por exemplo, comprar vinis com parcas mesadas, trocá-los no pátio da escola secundária, fazer amigos por causa disso, comprar cassetes para gravar esses vinis, que assim se multiplicavam, ou comprar cassetes de concertos mesmo raros e mesmo mal gravados mas muito preciosos, ou cassetes gravadas com programas de rádio feitos por nós e para nós. Ou, quando aquilo que ouvíamos era muito daquilo que nós éramos – ou, como a música nos conferia uma identidade.

Aquilo que ouvíamos leva-nos numa viagem por histórias pessoais de relação com a música e o seu consumo, que criaram e definiram identidades ao longo do tempo que ainda perduram.


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